4 de mai. de 2016

180. O BLÁ BLÁ BLÁ NÃO FUNCIONA.

O cérebro é um órgão incrível. Uma de suas características é que não gosta de mesmice. E convenhamos que o blá blá blá é mesmice e chatice para todos. Conto-lhes uma história. Minhas filhas tinham 10 e 12 anos e eu estava cansada de “blá blá blar” sobre as colaborações em casa, que sempre achamos importante tanto para aprenderem a fazer, como para desenvolverem autonomias e responsabilidades e se sentirem parte importante da família. Assim, abandonei a falação e dei início as aulas de percepção. Conto uma delas. Levei-as ao varal repleto de roupas e perguntei o que viam. Descreveram. Pronto! Final da aula do dia. Estranharam, mas já me conheciam. No dia seguinte, voltamos ao varal e fizemos o mesmo. No outro dia, já acharam graça, mas se inquietaram. “Mãe, está tudo igual! O que é para a gente ver?”, disseram. “Vocês viram exatamente o que era para ver. O varal está mesmo igual. E que conclusão podemos tirar disso?”, perguntei. Uma delas disse: “Já sei! As roupas não vão sozinhas para o guarda roupa, né?” Bingo!!! Agora era preciso outras lições. Mas reforçar também este aprendizado, não com falação, mas com vida. Pois aprender não é assim tão instantâneo. Em pouco tempo, lá estavam as roupas de novo esquecidas no varal. Chamei-as até a lavanderia e comecei a cantar parabéns pedindo-lhes ajuda. “Mas afinal, para quem é o parabéns?”, perguntaram. Respondi: “Para as roupas no varal. Hoje elas completam uma semana aí.” Rimos e o recado estava dado. Cometa algumas loucuras. Tão bom! E bem mais eficientes que o blá blá bla.

9 comentários:

  1. Hahahahah! Adoreeeeeii!! Muito bom mesmo!
    Realmente, às vezes precisamos surpreender as crianças, pra passar melhor o recado.

    Você já leu o livro "Como falar para seu filho ouvir e como ouvir para seu filho falar"?
    Esse foi o melhor livro de educação de crianças que já li! Ele dá exemplos desse tipo que, a princípio, parece que não vão funcionar ou que agiremos de forma muito artificial, mas comprovei na prática que dão certo!

    Com relação às tarefas domésticas, é muito importante mesmo envolvermos as crianças desde cedo, para elas aprenderem a usar a empatia também. Nós pedimos que a Amanda (11 anos) passasse a lavar a louça lá em casa todos os dias desde que a nossa diarista faleceu. Depois de poucos meses fazendo isso diariamente, ela nos falou que nunca tinha pensado nisto antes, mas que agora ficava imaginando o quanto de louça as faxineiras da escola tinham pra lavar todos os dias.

    B-jão!

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  2. Oi, Ligia!
    Inspirado por esse seu post, hoje o Marcelo falou para a Amanda:
    - Amanda, preciso de uma ajuda sua. Suas meias estão lá no varal há alguns dias, e elas me disseram que estão morrendo de frio, coitadas! Elas precisam ir para a gaveta, pra ficarem quentinhas.

    A Amanda e a Letícia começaram a rir e fazer gracinhas com essa história, e na mesma hora a Amanda foi lá pegar as meias pra guardar - e ainda fez uma voz fininha, fingindo que as meias estavam agradecendo. Hahahahaha!

    Obrigada pela inspiração!

    B-jão!

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  3. Olá Lígia
    Postagem muito interessante, gostei de ler. Bjs querida e saudades.

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  4. Anônimo5/17/2016

    Muito bom, adorei as experiências!
    Paula Dantas

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  5. Anônimo5/17/2016

    Lígia gostei da experiência com suas filhas.
    Enedina Ferreira

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  6. Anônimo5/17/2016

    Legal.minha loucura é quando pego o cinto, de repente eles lembram de tudo a fazer.
    Rosângela Borges

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  7. Anônimo5/17/2016

    Olha aí Paula Alves exemplos para agirmos com nossos meninos...
    Patricia Brito

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  8. Anônimo5/17/2016

    Genial! E simples!
    Luiz Felipe Botelho

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  9. É mesmo, não adianta o bla bla bla, reclamar, falar repetidamente, nós mesmo não gostamos, o receptor quer algo agradável aos ouvidos. Quando algo é tarefa? Ficamos logo frustrados, a melhor forma é mostrar as responsabilidades e em seguida mostrar as consequencias se não forem cumpridas.

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